Batman, Coringa e as teorias de Erving Goffman: Máscaras e performances no teatro da vida.

Introdução

Um dia como todos os outros, eu estava em sala de aula, conversando com os alunos durante uma aula de sociologia sobre a teoria do sociólogo canadense Erving Goffman. No meio dessa dinâmica chamada lecionar, resolvi pensar em uma abordagem que chamasse a atenção deles. Foi então que juntei a teoria do sociólogo e tive a ideia de utilizar como exemplo o Coringa, do universo Batman e o próprio Bruce Wayne, com essa mistura de ideias, o resultado foi bem interessante! Quer saber como ficou? É só continuar lendo aqui embaixo. Vamos descobrir juntos!



Batman e Bruce Wayne


Um ótimo exemplo é o personagem Batman. Ele vive como Bruce Wayne, o bilionário filantropo de Gotham, apresentando uma imagem de alguém poderoso e influente no mundo dos negócios. Em contraste, seu "eu" como Batman é uma espécie de justiceiro, assumindo uma postura totalmente diferente, com habilidades físicas e intelectuais para lidar com os criminosos da cidade.

Essa dualidade pode ser vista como um paralelo à teoria de Goffman. Bruce Wayne por outro lado se adapta a um tipo de atuação dependendo do ambiente social em que está, seja entre os ricos e influentes ou nas ruas escuras de Gotham. Ele "gerencia suas impressões" e apresenta diferentes faces para corresponder às expectativas do público e cumprir seus objetivos.

Coringa, Joke

Sim, o Coringa também pode ser analisado sob a perspectiva da teoria de Erving Goffman, mas de uma maneira única e complexa. Ele não tem uma identidade fixa ou consistente, e justamente esses papéis é o que define o personagem. O Coringa se adapta a diferentes situações, moldando sua "face" conforme a necessidade, seja como um caótico agente do caos, um comediante falido, ou um estrategista perverso.

Por exemplo, em histórias como Batman: The Killing Joke, o Coringa apresenta facetas diferentes dependendo de quem está ao seu redor, manipulando e provocando as pessoas conforme o contexto. Essa habilidade de alternar entre "personagens" para explorar fraquezas dos outros reflete a ideia de Goffman sobre o manejo de impressões, ainda que o Coringa subverta as normas sociais em vez de se ajustar a elas.

O que torna o Coringa fascinante é que ele usa essa pluralidade de identidades como uma ferramenta para seu objetivo final: expor a "hipocrisia" das máscaras que todos usam, segundo sua perspectiva distorcida. Isso o coloca em um contraste interessante com outros personagens que assumem papéis sociais de forma mais convencional.

Teoria de Erving Goffman

Especialmente em sua obra, "A Representação do Eu na Vida Cotidiana". Goffman utiliza a metáfora teatral para explicar como as pessoas "atuam" em diferentes contextos sociais, assumindo papéis específicos de acordo com o ambiente e as expectativas dos outros. Ele chama isso de "manejo de impressões" (impression management), onde cada indivíduo apresenta uma "face" ou "personagem" para se adequar à situação.

A crítica de Erving Goffman à interação social está relacionada à forma como os indivíduos constantemente "performam" diante dos outros, usando máscaras ou papéis para se ajustar às expectativas sociais. Ele explora como essa representação muitas vezes não reflete a verdadeira essência de uma pessoa, mas sim um "eu" construído para atender às normas e expectativas de diferentes contextos.

Embora Goffman não critique diretamente a ideia de desempenhar papéis, ele sugere que essa prática pode levar a uma certa artificialidade nas relações humanas. As pessoas podem se sentir pressionadas a esconder suas vulnerabilidades e a apresentar uma versão idealizada de si mesmas, o que pode criar distanciamento e superficialidade nas interações. Esse manejo de impressões pode até ser visto como uma forma de controle social, onde o indivíduo se sente obrigado a se conformar para evitar rejeição ou desaprovação.

Ao mesmo tempo, sua teoria não busca eliminar essa dinâmica, mas sim revelá-la e ajudar-nos a entender como os papéis que desempenhamos moldam tanto nossas relações quanto a sociedade como um todo. E você quais são os personagens criados? você é a mesma pessoa em todos os lugares?


Qual desses exemplos você acha que melhor reflete a teoria?  deixe seu comentário.


Comentários

Anônimo disse…
Parabéns

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